Chegou o momento de responder a boa parte das perguntas que ecoaram durante décadas na cabeça dos fãs. Finalmente descobrimos a causa da dissolução do Conselho Jedi, vemos o chanceler Palpatine ser revelado como Lorde Sith e assumir o Império Galáctico e, mais importante, testemunhamos a transformação de Anakin Skywalker em Darth Vader. A cena que eu mais queria ver – Jar Jar Binks sendo feito em pedaços por algum vilão – infelizmente não está no filme, mas George Lucas teve o bom senso de mostrar o irritante orelhudo apenas como papel de parede (e, mais importante, de mantê-lo calado).
Como era de se esperar, a história do Episódio III não é do tipo "e todos viveram felizes para sempre": o futuro Darth Vader é seduzido pelo lado negro da Força, enquanto o novo Imperador usa seu poder para declarar guerra aos Jedi. Claro, como eu resumi duas horas de filme numa frase muita coisa ficou de fora: a visita de Yoda ao planeta dos Wookies, o vilão cibernético General Grievous, a espetacular luta entre Anakin e Obi-Wan Kenobi no final...
Só que nem só de mitologia e efeitos especiais vive um filme, mesmo sendo Guerra nas Estrelas, e aí é que mora o perigo. Todo mundo sabe que Lucas é bem melhor como criador do que como diretor, o que faz com que as atuações robóticas do elenco sejam relevadas por quem curte a série. (Mas por que raios ele nunca chamou seu velho amigo Steven Spielberg para dirigir algum dos episódios da série, Zarquon do céu?) Só que desta vez até o roteiro parece jogar contra em alguns momentos. O melhor exemplo é o jeito como a maioria das respostas aparecem atabalhoadas nos quinze minutos finais. Pô, num filme de duas horas não dava para dosar melhor as revelações?
Uma outra coisa que me chamou a atenção aparece quase no final do filme, quando Yoda e Obi-Wan estão conversando sobre Darth Vader e concordam que o novo Lorde Sith é "perigoso demais para continuar vivo". Não é uma conclusão violenta demais para um par de pacifistas? (Pacifistas com sabres de luz, sim, mas pacifistas.) E eu preferia mesmo ter saído do cinema sem ver o impiedoso e temível Darth Vader gritando "NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOOO!!!!!!!!!"...
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
sexta-feira, 18 de setembro de 2009
Idiocracy (2006)
A evolução é comumente descrita por leigos como a sobrevivência dos melhores - o que, como qualquer biólogo poderá lhes dizer, não é verdade. Sobrevivem os mais adaptados ao ambiente, ou simplesmente aqueles que não têm predadores naturais.
Partindo dessa premissa, o diretor Mike Judge (criador de Beavis & Butt-Head) desenvolveu um roteiro extrapolando um fenômeno que já vemos no presente: enquanto as pessoas inteligentes têm cada vez menos filhos, os idiotas se multiplicam feito coelhos. Logo, o nível médio de inteligência da espécie humana tende a cair cada vez mais. E se chegarmos a um ponto em que a humanidade se torne tão estúpida que nossa sobrevivência esteja seriamente ameaçada?
Assim começa Idiocracy. Joe Bowers (Luke Wilson), o cara normal mais normal das Forças Armadas, é escolhido para uma experiência com criogenia: ele e uma prostituta chamada Rita - escolhida de acordo com os mesmos critérios de "indivíduo médio, do qual ninguém sentirá falta" - serão congelados por um ano. Ou assim seria se tudo desse certo, já que um escândalo faz com que o projeto seja esquecido e os dois passam quinhentos anos em estase criogênico.
Quando Joe desperta, em 2505, o mundo está à beira do caos: a tecnologia evoluiu, como seria de se esperar, mas a humanidade se tornou tão burra que não sabe usá-la. Por toda parte se vê imundície e publicidade - um dos personagens inclusive cita o nome de um patrocinador toda vez que termina uma frase. O idioma inglês se deteriorou até sobrar pouco além de gírias e palavrões, e por falar de forma minimamente coerente Joe é tido por todos como afetado. A água foi substituída por isotônico em todas as aplicações, inclusive na irrigação de lavouras, provocando uma falta de comida generalizada. Com o auxílio de Frito Pendejo, um advogado que mais atrapalha do que ajuda, Joe descobre que. neste futuro deteriorado, ele é o homem mais inteligente do mundo...a ponto do presidente (Terry Crews), um ex-ator pornô e astro da luta livre, encarregá-lo de resolver os problemas da nação.
O filme se destaca pelas piadas visuais, com sátiras mordazes à massificação da publicidade imbecilizante e da pornografia - basta dizer que neste futuro até a Starbucks virou um bordel. Recomendado para assistir pelo menos duas vezes, prestando atenção aos detalhes em segundo plano.
Nota: 4 SPs.
Estrelas:
Dax Shepard,
Luke Wilson,
Maya Randolph,
Terry Crews
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