sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Idiocracy (2006)


A evolução é comumente descrita por leigos como a sobrevivência dos melhores - o que, como qualquer biólogo poderá lhes dizer, não é verdade. Sobrevivem os mais adaptados ao ambiente, ou simplesmente aqueles que não têm predadores naturais.

Partindo dessa premissa, o diretor Mike Judge (criador de Beavis & Butt-Head) desenvolveu um roteiro extrapolando um fenômeno que já vemos no presente: enquanto as pessoas inteligentes têm cada vez menos filhos, os idiotas se multiplicam feito coelhos. Logo, o nível médio de inteligência da espécie humana tende a cair cada vez mais. E se chegarmos a um ponto em que a humanidade se torne tão estúpida que nossa sobrevivência esteja seriamente ameaçada?

Assim começa Idiocracy. Joe Bowers (Luke Wilson), o cara normal mais normal das Forças Armadas, é escolhido para uma experiência com criogenia: ele e uma prostituta chamada Rita - escolhida de acordo com os mesmos critérios de "indivíduo médio, do qual ninguém sentirá falta" - serão congelados por um ano. Ou assim seria se tudo desse certo, já que um escândalo faz com que o projeto seja esquecido e os dois passam quinhentos anos em estase criogênico.

Quando Joe desperta, em 2505, o mundo está à beira do caos: a tecnologia evoluiu, como seria de se esperar, mas a humanidade se tornou tão burra que não sabe usá-la. Por toda parte se vê imundície e publicidade - um dos personagens inclusive cita o nome de um patrocinador toda vez que termina uma frase. O idioma inglês se deteriorou até sobrar pouco além de gírias e palavrões, e por falar de forma minimamente coerente Joe é tido por todos como afetado. A água foi substituída por isotônico em todas as aplicações, inclusive na irrigação de lavouras, provocando uma falta de comida generalizada. Com o auxílio de Frito Pendejo, um advogado que mais atrapalha do que ajuda, Joe descobre que. neste futuro deteriorado, ele é o homem mais inteligente do mundo...a ponto do presidente (Terry Crews), um ex-ator pornô e astro da luta livre, encarregá-lo de resolver os problemas da nação.

O filme se destaca pelas piadas visuais, com sátiras mordazes à massificação da publicidade imbecilizante e da pornografia - basta dizer que neste futuro até a Starbucks virou um bordel. Recomendado para assistir pelo menos duas vezes, prestando atenção aos detalhes em segundo plano.

Nota: 4 SPs.

Um comentário:

  1. Obrigaa, vi este filme na televisão e não consegui saber o título. A síntese está muito boa. Voltarei aqui no blog pois gostei do estilo!

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