terça-feira, 31 de agosto de 2010
À Prova de Morte (Death Proof, 2007)
Um comentário comum ao se falar da obra de Quentin Tarantino é que ele não faz apenas filmes, mas tributos a determinados gêneros. Assim, Kill Bill pode ser entendido como uma homenagem aos filmes orientais de kung fu, o mesmo valendo para Bastardos Inglórios em relação aos filmes de guerra e por aí vai.
Partindo deste raciocínio, À Prova de Morte presta reverência aos filmes de terror/suspense. Parte do projeto Grindhouse, sessão dupla trash bolada por Tarantino e Robert Rodriguez, o filme ainda tem o atrativo adicional de transformar as tradicionais fraquezas do gênero em forças. A grande deficiência de muitos filmes de terror é a incapacidade de desenvolver empatia com as vítimas? Pois aqui elas são apresentadas como verdadeiro foco, com direito a um real desenvolvimento de suas personalidades.
E nem por isso, vejam vocês, o assassino - um dublê que usa um carro indestrutível como arma - deixa de ter seu destaque. Muito disso se deve à interpretação de Kurt Russell, extremamente à vontade e ouvindo várias piadas sobre sua idade. (O que, aliás, virou obrigação de todo estúdio ao contratar um brucutu dos anos 80.)
Resumindo, um filme que convence aos adoradores das viagens tarantinescas - mas também divertidíssimo, daqueles para assistir sem levar a sério. Dá até para relevar os três anos de atraso para o lançamento no Brasil.
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