terça-feira, 21 de dezembro de 2010

A Rede Social (The Social Network, 2010)


 Depois de uma confusa conversa sobre como se destacar numa população de gênios, Mark Zuckerberg (Jesse Einseberg) vê seu namoro terminar. Com algumas doses na cabeça, o rapaz resolve se vingar de um modo no mínimo inusitado: criando um website para que seus colegas de Harvard possam comparar as fotos das garotas do campus.

Nas poucas horas que fica no ar, o tal site é tão acessado que quase derruba o servidor da faculdade. As colegas de Mark se irritam com a exposição indevida, a universidade não gosta de ter as vulnerabilidades de sua rede expostas, mas a inegável proeza atrai atenção geral - e os gêmeos Winklervoss, interessados em desenvolver uma rede social dirigida aos alunos de Harvard, descobrem o potencial de Mark e resolvem contratá-lo.

Mark gosta da ideia dos gêmeos, mas não de desenvolvê-la para eles, e resolve desenvolver um projeto próprio com o mesmo conceito. Com ajuda de seu melhor amigo, o brasileiro Eduardo Saverin (Andrew Garfield, o Homem-Aranha da nova cinessérie), Zuckerberg cria o thefacebook.com, que se torna febre em várias das mais prestigiadas universidades americanas.

Logo o cocriador do Napster, Sean Parker (Justin Timberlake, que finalmente descobriu que cantar não é a dele), descobre sobre o site e resolve investir nele, mostrando a Mark sua visão sobre como deve como funcionar a nova economia - e, no processo, acaba sem querer ou não colocando Mark e Eduardo um contra o outro. O filme, aliás, se desenvolve através de flashbacks que mostram os processos que Eduardo e os Winklervoss iniciariam contra Zuckerberg, anos depois.

Aos que se perguntavam como a origem da maior rede social do mundo poderia render um bom filme, temos a confirmação de que qualquer história viraria um bom filme nas mãos de Aaron Sorkin (The West Wing) e David Fincher (Clube da Luta).

Mas nem todos os méritos vão para eles: Eisenberg consegue desenvolver um herói não exatamente admirável, mas nem por isso abominável, que usa moletom e camiseta mesmo em reuniões com investidores. OK, temos muito do clichê cinematográfico do gênio, que está sempre distraído e sai correndo ao ter ideias durante conversas casuais, mas também vemos uma interpretação em perfeita sintonia com os ótimos coadjuvantes Garfield e Timberlake.


Resumindo, o que temos aqui é um sério candidato a levar um porrilhão de Oscars quando março chegar - e a ironia nisso tudo é que o pé na bunda que Zuckerberg leva da namorada, que serve de pontapé inicial para a trama, não aconteceu na vida real...

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

A Última Loucura de Mel Brooks (Silent Movie, 1976)


 Mel Funn costumava ser um dos maiores diretores de Hollywood, mas seu gosto pela bebida destruiu sua carreira. Para se reerguer, Funn - acompanhado de dois fiéis funcionários (Dom DeLuise e Marty Feldman) - oferece a um grande estúdio sua mais recente ideia genial: um filme mudo.

Loucura, claro, todos dizem. Afinal, quem faz filmes mudos hoje em dia? Para viabilizar sua ideia - e ajudar a salvar o estúdio, que corre o risco de ser incorporado por um maléfico conglomerado - Funn resolve convidar alguns dos maiores astros de Hollywood para o projeto. E assim temos participações especiais de Burt Reynolds, James Caan, Paul Newman, Anne Bancroft (esposa de Mel Brooks), Liza Minelli e até do mímico Marcel Marceau. Numa saborosa ironia, aliás, Marceau tem a única fala com som no filme todo.

Este fiapo de história - Funn tentando produzir seu filme, os executivos da Engulf & Devour correndo atrás para impedi-lo - serve para que Mel Brooks faça um verdadeiro filme mudo, como só a sua mente cômica brilhante poderia conceber. As situações são típicas do que Chaplin e outros mestres exploravam, num perfeito tributo ao início do cinema realizado em plenos anos 70. Os puristas podem reclamar do fato do filme ser colorido, mas nem isso diminui charme da homenagem.

A lamentar, só o esdrúxulo título em português. Infelizmente, traduções canhestras foram uma constante durante toda a carreira de Brooks.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Kick-Ass: Quebrando Tudo (Kick-Ass, 2010)


"Como é possível que todo mundo queira ser Paris Hilton, mas ninguém queira ser o Homem-Aranha?"

Dave Lizewski (Aaron Johnson) é um rapaz normal - um tanto quanto perdedor, é verdade - e tão fã de quadrinhos que se pergunta por que não existem super-heróis na vida real. (Antes de culpar a falta de poderes, lembre-se de um sujeito chamado Bruce Wayne.)

Sem conseguir encontrar um bom motivo para não fazê-lo, Dave resolve fazer um uniforme e se tornar o primeiro herói do mundo real. Ele apanha feito massa de pão em sua primeira ronda, mas nem por isso desiste: passados os longos meses de recuperação, Dave percebe que ter várias próteses e placas de metal implantadas por todo o corpo lhe conferiu uma estranha espécie de imunidade à dor. Para completar, a garota mais bonita da escola (Lyndsy Fonseca, de How I Met Your Mother) se aproxima do rapaz...mas só porque ela acha que ele é gay. Detalhes, detalhes.

Agora defendendo os fracos e oprimidos sob a identidade de Kick-Ass, Dave inspira outros vigilantes, estes bem mais determinados e violentos: Big Daddy (Nicolas Cage), ex-policial determinado a limpar seu nome, e sua filha Hit Girl (Chloë Moretz), garotinha que é tão fofa quanto durona. Para completar, o novo e atrapalhado herói interfere sem saber nos negócios de Frank D'Amico (Mark Strong), principal mafioso da cidade, e vê uma recompensa ser colocada em sua cabeça.

O filme acerta ao corrigir vários atrapalhos do roteiro da HQ original de Mark Millar, sem deixar de ter vários dos momentos massa véio que caracterizam as histórias do autor. Nicolas Cage tem a chance de enfim fazer um bom filme baseado em HQs, e por incrível que pareça está bem. Mas é a pequena Chloë Moretz quem coloca o elenco inteiro no bolso...

terça-feira, 31 de agosto de 2010

À Prova de Morte (Death Proof, 2007)


Um comentário comum ao se falar da obra de Quentin Tarantino é que ele não faz apenas filmes, mas tributos a determinados gêneros. Assim, Kill Bill pode ser entendido como uma homenagem aos filmes orientais de kung fu, o mesmo valendo para Bastardos Inglórios em relação aos filmes de guerra e por aí vai.

Partindo deste raciocínio, À Prova de Morte presta reverência aos filmes de terror/suspense. Parte do projeto Grindhouse, sessão dupla trash bolada por Tarantino e Robert Rodriguez, o filme ainda tem o atrativo adicional de transformar as tradicionais fraquezas do gênero em forças. A grande deficiência de muitos filmes de terror é a incapacidade de desenvolver empatia com as vítimas? Pois aqui elas são apresentadas como verdadeiro foco, com direito a um real desenvolvimento de suas personalidades.

E nem por isso, vejam vocês, o assassino - um dublê que usa um carro indestrutível como arma - deixa de ter seu destaque. Muito disso se deve à interpretação de Kurt Russell, extremamente à vontade e ouvindo várias piadas sobre sua idade. (O que, aliás, virou obrigação de todo estúdio ao contratar um brucutu dos anos 80.)

Resumindo, um filme que convence aos adoradores das viagens tarantinescas - mas também divertidíssimo, daqueles para assistir sem levar a sério. Dá até para relevar os três anos de atraso para o lançamento no Brasil.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Salt (2010)


Salt foi anunciado como uma revolução que ele nem de longe era. Um filme de ação estrelado por uma mulher pode ser incomum, mas não é nenhuma mosca branca. Temos séries como Alien e Exterminador do Futuro, e a própria Angelina Jolie já estrelou a série Tomb Raider.

É bem provável que o filme se apresente com esse falso diferencial para nos fazer perdoar sua falta de coerência. A trama - uma datada bobagem sobre espiões russos infiltrados na sociedade americana - não convence desde a proposição, e fica mais e mais implausível a cada plot twist, nenhum deles explicado ou explorado a fundo. (Pra ficar na primeira cena do filme, é muito difícil acreditar que uma denúncia feita em tom de deboche por um russo que mal fala inglês levaria a CIA a perseguir uma de suas melhores agentes.)

E só piora a partir daí. Os atos da personagem de Angelina são tão extremos e aleatórios que nunca fica claro quais são suas verdadeiras motivações - observadores mais atentos perceberão que ela não mata nenhum americano em todo o filme, mas isso não ajuda muito a explicar as coisas. E o final, uma tentativa de deixar um gancho para uma continuação, consegue ser o maior WTF do ano. Passem longe deste aqui, pessoal.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Serenity - A Luta pelo Amanhã (Serenity, 2005)




Antes de mais nada uma dica, se você não assistiu a série Firefly, assista antes de assistir esse filme, ele perde metade do significado pra quem não viu a série. Se quiser conhecê-la um pouco mais antes de assistir é só ler os reviews no Blog Fala Série.

Serenity - A luta pelo Amanhã é o tão aguardado episódio final da aclamada série Firefly, os fãs tiveram que esperar cerca de três anos para finalmente ver esse trabalho. Não que Joss Whedon não estivesse trabalhando para isso, mais foi só após esse tempo que ele conseguiu dar prosseguimento ao seu projeto. Numa visão mais ampla Serenity é como se fosse um grande episódio da série, todos os elementos que fizeram sucesso nela estão no filme porem com todo o glamour que só Hollywood sabe dar para os filmes.

Serenity se passa 2 meses após o ultimo episódio da série e conta a história da tripulação após a saída de Inara (Morena Baccarin) e Pastor Book (Ron Glass). Capitão Mal (Nathan Fillion) está tendo dificuldades para manter sua nave voando após os incidentes da série, ele a muito tempo não arruma um trabalho decente e seu relacionamento com o Dr. Simon (Sean Maher) está cada vez mais conturbado, a culpa desses desentendimento é de River (Summer Glau), Irmã do Doutor, que vem se comportando cada vez mais estranho. Após uma dessas discussões fica decido que o Dr. e sua irmã irão seguir o rumo de Inara e Book e se separar da tripulação, porem após eles se separarem, Mal volta a encontrar com River que sem nenhum motivo aparente atacou de maneira implacável a todos em um bar. Mal resolve ajudar os irmãos, pois é norma do capitão não deixar sua tripulação pra trás em momentos de perigo. Para melhorar tudo um agente da Aliança (como se fosse o Império em Star Wars) está a procura de River e ele possui métodos muito mais perversos do que seus antecessores.

O filme é uma obra prima pra quem gosta de ficção cientifica, tem tudo que um bom filme desse gênero pede e mais alguns momentos em que você descobre que consegue prender a respiração por muito tempo. O clima vai da comédia a tensão total em pouco tempo e os minutos finais do filme deixam muita franquia de sucesso no chinelo. Acredito que muita dessa mágica se perca para quem ainda não assistiu a série, porem no geral Serenity é um ótimo filme de ação e um dos que formam a biblioteca de indispensáveis pra qualquer fã de Sci-fi.